Por: Wellton Máximo
O ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, negou ontem (24) que o governo tenha tomado uma
decisão em relação à data de reajuste do salário mínimo no próximo ano. Ao sair
de um evento de premiação, ele disse que houve apenas estudos de técnicos do
Congresso Nacional em relação ao tema, sem que o governo tenha acatado a
sugestão de adiar por seis meses o aumento do salário mínimo em 2016 e o
reajuste para os servidores federais.
Levy, no
entanto, cobrou urgência na aprovação da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF). “Não tem plano do governo nesse sentido [de adiar
o reajuste do mínimo]. A ideia do governo é a gente dar atenção ao gasto.
Tratar da reforma da Previdência e recriar a CPMF [Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira]. O Brasil precisa de um Orçamento forte,
robusto, que nos prepare para 2016 ser um ano de crescimento”, disse.
Segundo o
ministro, até agora, apenas houve uma sugestão da área técnica do Congresso
Nacional, que elaboraram cenários alternativos para conter os gastos públicos
caso o Congresso atrase a aprovação do pacote de ajuste fiscal. “Alguns
técnicos do Legislativo apontaram alguns números. Só disso que tenho
conhecimento. Não tem nada de mais. É um exercício aritmético, que adquire
maior ressonância à medida que outras ações não avançaram no ritmo necessário”,
explicou.
Segundo
reportagem publicada hoje (24) pelo jornal O Globo, o governo estuda postergar
para junho o reajuste do salário mínimo, tradicionalmente feito em janeiro. O
aumento dos servidores federais passaria de agosto para dezembro do próximo
ano. Em setembro, a equipe econômica tinha adiado o reajuste salarial de 2016
de janeiro para agosto.
Levy também
cobrou o engajamento do PT e dos partidos da base aliada em relação ao pacote
de ajuste fiscal. “É importante ter clareza. Temos de procurar meios. A base de
apoio ao governo, incluindo o PT, tem que se mobilizar pelo Brasil. Não apenas
pela Presidência, mas pelo Brasil”, afirmou.
De acordo
com o ministro, as medidas de corte de gastos e a recriação da CPMF são
essenciais para que o país volte a economizar para pagar os juros da dívida
pública, tendo superávit primário a partir do próximo ano. “Para a gente ter o
[resultado] fiscal que o Brasil precisa, com o Orçamento e receita que o Brasil
precisa. Para não surgirem outras ideias mais difíceis. Porque se não tratar o
que temos que tratar, elas daqui a pouco aparecem”, declarou.
Levy fez as
declarações após cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Educação Fiscal, na
Embaixada de Portugal, em Brasília. O prêmio foi concedido pela Federação
Brasileira das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) em
parceria com a Escola de Administração Fazendária (Esaf).
Nenhum comentário:
Postar um comentário