Livros
finos e menores tornaram-se aposta do mercado editorial para tentar aumentar as
vendas, que apresentaram queda com a alta dos preços
O
leitor fiel é apaixonado por qualquer história, tenha ela 100 ou 1 mil páginas.
O livro Uma Vida Pequena (ed. Record), de Hanya Yanagihara, bateu recorde de
vendas e viralizou nas redes sociais com suas muitas 784 páginas. O mesmo vale
para as obras de romantasia, onde cinco livros da série Corte de Espinhos e Rosa (ed.
Record), de Sarah J. Maas, reúnem mais de 2,7 mil páginas. Mas, no meio dos
“gigantes”, os livros “pequenos” ganham cada vez mais espaço, em meio ao
fenômeno da crise de atenção.
LIVROS
FINOS GANHAM ESPAÇO
“Não
se trata de uma tendência, mas de mais uma opção: procurar editar mais livros
menores, com preços padrão (R$ 39,90 a R$ 59,90 em média) e ter mais lucro.
Como o preço do papel está alto e teve inúmeros aumentos, chegando a ficar 65%
mais caro desde 2019, essa foi uma saída, mais uma opção, mas não uma
tendência”,
opina Adilson Ramachandra, editor do Grupo Editorial Pensamento.
Rafaella Machado, editora-executiva dos selos Galera e Verus, do Grupo Editorial Record, explica que o mercado editorial sofreu impactos após a pandemia da Covid, com o aumento de cerca de 300% nos preços do papel, movido em um grande monopólio que “espreme” a indústria dos livros.
“Como
a gente tem um monopólio de papel aqui no Brasil, com apenas uma grande empresa
comercializando papel, é mais vantajoso para essa empresa vender celulose para
o mundo do que vender papel para o Brasil. E aí, com alta demanda de delivery,
os custos editoriais estão muito altos”, explica.
“As
editoras acho que têm buscado histórias menores para conseguir recuperar um
pouco dessa margem [de lucro], porque os livros mais extensos, têm ficado mais
caros e a indústria e o mercado editorial têm ficado espremido entre dois
monopólios: o monopólio do papel e o monopólio da Amazon, espremendo bastante a
margem de lucro das editoras, o que faz com que livros mais curtos sejam mais
interessantes”,
finaliza.
O
QUE É UM LIVRO FINO?
**FONTE:
Metrópoles
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