Os
petroleiros mantiveram ativo o movimento de greve durante o fim de semana,
mesmo tendo reuniões marcadas para negociar com a Petrobras nesta segunda-feira.
A Federação Única dos Trabalhadores (FUP) divulgou um comunicado orientando os
trabalhadores a intensificar a resistência. A estatal deverá se reunir com
representantes da FUP na manhã de segunda. À tarde, será a vez da Federação
Nacional dos Petroleiros (FNP).
"Não
aceitamos redução de direitos. A Petrobras se dispor a sentar conosco é um
passo, mas acredito que ainda haja uma longa caminhada", disse o
coordenador geral da FUP, José Maria Rangel. As pautas dos sindicalistas
incluem renegociações salariais e questões relativas aos rumos da Petrobras. A
FUP prega a retomada do investimento e se opõe ao programa de venda de ativos
da companhia, além de discutir questões relativas à segurança dos
trabalhadores.
Na manhã
deste domingo, 8, os sindicalistas fizeram um protesto em frente à Refinaria
Presidente Vargas (Repar), no Paraná, pela morte do supervisor de mecânica
Pedro Alexandre Bagatin, de 48 anos, que sofreu um enfarte na semana passada. A
federação acusa a Petrobras de manter pessoal de contingência trabalhando por
turnos que chegam a durar 72 horas para cobrir os grevistas. A FUP e seus
sindicatos também enviaram um alerta em seu site na internet pedindo que os
petroleiros em greve ignorem telegramas enviados pelas gerências da estatal
pedindo seu retorno ao trabalho.
O balanço
divulgado neste domingo pela FUP informa que a greve dos petroleiros já atinge
58 plataformas marítimas, sendo 49 na Bacia de Campos, seis plataformas no
Ceará e três no Espírito Santo, além dos campos de produção terrestre na Bahia,
no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo.
Segundo a
entidade, 11 refinarias estão sem troca de turno: Reman (AM), Clara Camarão
(RN), Lubnor (CE), Abreu e Lima (PE), Rlam (BA), Reduc (Duque de Caxias), Regap
(MG), Replan (SP), Recap (SP), Repar (PR) e Refap (RS).
O boletim
afirma que também estão parados os trabalhadores da SIX, Superintendência de
Industrialização de Xisto (PR), e das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados
(Fafen) do Paraná e da Bahia. Na Transpetro, a greve se estende por todos os
terminais do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, da Bahia, do
Espírito Santo, do Amazonas, do Ceará, de Pernambuco, de Campos Elíseos e de
Cabiúnas (no estado do Rio de Janeiro), além de Guararema, Barueri, Guarulhos e
São Caetano do Sul (estes no Estado de São Paulo), diz a FUP.
Segundo a
FUP, só na Bacia de Campos a redução da produção de petróleo chegou a 400 mil
barris por dia. Na sexta-feira, a Petrobras informou que estima uma redução de
produção de 115 mil barris de petróleo naquela data em função da greve dos
petroleiros.
(***) Estadão Conteúdo
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