Por: Conteúdo
Estadão
O presidente
do Superior Tribunal Eleitoral, ministro José Antonio Dias Toffoli, disse que
não será possível a impressão do voto pelas urnas eletrônicas nas eleições de
2016. O veto presidencial à medida foi derrubado nesta quarta-feira, 18, pelo
Congresso. “Daremos um passo atrás na cultura política brasileira”, criticou
Toffoli.
O ministro
classificou o voto impresso como “absolutamente desnecessário” e lembrou que,
no passado, havia fraude nas contagens manuais.
“A concepção
da urna eletrônica foi acabar com a intervenção humana. A intervenção humana
não deixa rastros. A intervenção tecnológica deixa rastro e é possível de ser
auditado”, afirmou. “Você no passado tinha, às vezes, o voto contado e o voto
anotado pelo mesário não era o mesmo”.
Toffoli
disse que não será tecnicamente possível a impressão do voto em 2016. Ele
criará comissão interna no TSE para estudar a aplicação da medida a partir de
2018. A estimativa é de que a impressão custe R $ 1,8 bilhão.
O ministro
está no Rio para presidir a 10º Reunião Interamericana de Autoridades
Eleitorais, que reúne representantes de 30 países e da Organização dos Estados
Americanos (OEA). Entre os temas discutidos estarão o financiamento público de
campanha e o uso de redes sociais no processo eleitoral.
“Temos uma
decisão do Supremo Tribunal de Justiça que proíbe a participação das empresas
privadas nas campanhas eleitorais. Já para a eleição de 2016 não será possível
a doação por empresas”, afirmou. “O grande desafio no Brasil continua sendo a
quantidade de compra de votos e o abuso de poder da máquina pública nas
campanhas eleitorais.”
Para
Toffoli, o uso de redes sociais vai baratear o custo das campanhas eleitorais.
“As mídias sociais ganham papel relevante. O Brasil tem mais celulares que
habitantes. E são celulares com acesso a essas redes cada vez mais utilizadas,
como WhatsApp, Facebook e Twitter.”
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