Diretor-presidente
do CERNE, Jean-Paul Prates, comenta o destino do setor do petróleo no Rio
Grande do Norte após a descoberta do “ouro negro” em águas profundas.
A Petrobras
confirmou reserva importante de petróleo em águas ultraprofundas da área de
Pitu, na Bacia Potiguar, a 60 quilômetros da costa. A exploração do óleo
descoberto ainda poderá levar uma década para ser iniciada, mas significaria
uma redenção para o setor, que enfrenta queda de produção no Rio Grande do
Norte. A empresa divulgou a informação após análise de provas colhidas em um
poço aberto neste ano.
O poço
3-BRSA-1317-RNS, conhecido como Pitu Norte 1 foi o primeiro poço de extensão na
área do Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), com profundidade de água de
1.844 metros, e profundidade final de 4.200 metros. Esse tipo de perfuração tem
a finalidade de mapear a área de reserva de petróleo em toda a sua extensão e,
por isso, os pesquisadores ainda devem furar em outros pontos da bacia.
As
informações de petróleo na região datam de 2013, quando foi perfurado o
pioneiro 1-BRSA-1205-RNS (1-RNS-158). Confirmada a presença do “ouro negro”, a
empresa começou a planejar a instalação de poços de extensão. A distância entre
os dois poços já construídos é de cinco quilômetros.
A descoberta
do petróleo “foi comprovada por meio de análise de perfis e de amostras de
fluido, que serão analisadas em laboratório”, informou a estatal. O tipo de
óleo encontrado é o médio, 24º API , de bom valor de mercado.
De acordo
com Jean-Paul Prates, especialista em energia e diretor do Centro de
Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), a coluna de óleo encontrada
em Pitu tem mais de 100 metros de profundidade, o que representa uma quantidade
“bastante razoável de petróleo”. A informação, destaca ele, foi baseada nos
boletins repassados pela Petrobras à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP). A extensão horizontal dessa bacia ainda não é
conhecida.
Prates
afirma que, em tese, a empresa poderia começar a fazer teste de produção
antecipado em cerca de dois anos. Mas, para implantar uma operação definitiva,
com uma plataforma, por exemplo, são necessários de seis a dez anos. Ele
reforça também que a tecnologia de sonda utilizada é a mesma de Santos, no
pré-sal, ressalvadas algumas modificações. “A boa notícia é que esse poço
confirma que a reserva tem um tamanho bastante razoável e que pode ser muito
interessante. Pode revitalizar o setor de petróleo no RN”, comenta.
(***) FONTE: Ponto Crítico
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