quarta-feira, 25 de novembro de 2015

ÁREA DE PITU PODE RECUPERAR PRODUÇÃO DE PETRÓLEO DO RN


Diretor-presidente do CERNE, Jean-Paul Prates, comenta o destino do setor do petróleo no Rio Grande do Norte após a descoberta do “ouro negro” em águas profundas.

A Petrobras confirmou reserva importante de petróleo em águas ultraprofundas da área de Pitu, na Bacia Potiguar, a 60 quilômetros da costa. A exploração do óleo descoberto ainda poderá levar uma década para ser iniciada, mas significaria uma redenção para o setor, que enfrenta queda de produção no Rio Grande do Norte. A empresa divulgou a informação após análise de provas colhidas em um poço aberto neste ano.


O poço 3-BRSA-1317-RNS, conhecido como Pitu Norte 1 foi o primeiro poço de extensão na área do Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), com profundidade de água de 1.844 metros, e profundidade final de 4.200 metros. Esse tipo de perfuração tem a finalidade de mapear a área de reserva de petróleo em toda a sua extensão e, por isso, os pesquisadores ainda devem furar em outros pontos da bacia.

As informações de petróleo na região datam de 2013, quando foi perfurado o pioneiro 1-BRSA-1205-RNS (1-RNS-158). Confirmada a presença do “ouro negro”, a empresa começou a planejar a instalação de poços de extensão. A distância entre os dois poços já construídos é de cinco quilômetros.

A descoberta do petróleo “foi comprovada por meio de análise de perfis e de amostras de fluido, que serão analisadas em laboratório”, informou a estatal. O tipo de óleo encontrado é o médio, 24º API , de bom valor de mercado.

De acordo com Jean-Paul Prates, especialista em energia e diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), a coluna de óleo encontrada em Pitu tem mais de 100 metros de profundidade, o que representa uma quantidade “bastante razoável de petróleo”. A informação, destaca ele, foi baseada nos boletins repassados pela Petrobras à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A extensão horizontal dessa bacia ainda não é conhecida.

Prates afirma que, em tese, a empresa poderia começar a fazer teste de produção antecipado em cerca de dois anos. Mas, para implantar uma operação definitiva, com uma plataforma, por exemplo, são necessários de seis a dez anos. Ele reforça também que a tecnologia de sonda utilizada é a mesma de Santos, no pré-sal, ressalvadas algumas modificações. “A boa notícia é que esse poço confirma que a reserva tem um tamanho bastante razoável e que pode ser muito interessante. Pode revitalizar o setor de petróleo no RN”, comenta.



(***) FONTE: Ponto Crítico

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