Há um mês, o
administrador Pedro França, de 55 anos, não vê sua mãe sair do 32º lugar da
fila de espera para um transplante de córnea. O motivo: falta a substância que
conserva os órgãos entre a retirada do doador e a implantação no receptor. O
problema ocorre poucas semanas depois de o Governo do Estado lançar campanha
televisiva para sensibilização dos transplantes de órgão e da Central de
Transplantes do Rio Grande do Norte se mobilizar em torno do “setembro verde”,
em alusão à doação de órgãos.
O filho da
pensionista Lindalva Maria França da Silva, de 84 anos, percebeu que havia
algum problema com a fila de espera para o transplante. Pedro verifica o
progresso da mãe na fila por uma ferramenta ligada à internet. Há oito meses,
quando Lindalva iniciara a espera, ela foi colocada próxima a 70º posição. Mas
há um mês, a mãe não sai da 32º posição.
“Pensei que
tivessem deixado de alimentar o sistema. Aí, resolvi ligar para uma pessoa que
trabalha no Walfredo Gurgel, porque sabia que era o maior captador de órgãos do
Estado. A pessoa com quem falei me disse que não estavam fazendo transplantes,
porque não tinha a solução líquida onde são colocadas as córneas”, contou o
filho de Lindalva.
A
octogenária necessita de transplante para os dois olhos. Segundo Pedro, no
início do ano, ela realizou uma cirurgia de catarata mal sucedida e perdeu a
visão. “Estou achando muito ruim passar esse tempo todinho sem ver”, resumiu
Lindalva. Além dela, há mais 49 pessoas na espera.
A assessoria
de imprensa do HWG confirmou que a substância está em falta, todavia existe um
processo de compra emergencial em curso. O valor e o tempo para a chegada desse
material não foi informado. A TN tentou falar com o Hospital Universitário
Onofre Lopes, responsável pela compra do produto e responsável pelas cirurgias,
mas ninguém atendeu às chamadas.
(***) FONTE: Tribuna
do Norte
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