A taxa de jovens brasileiros entre 15 a 24 anos que não estão empregados, estudando ou em treinamento (conhecida por aqui como “nem-nem”), ficou em 20,6% em 2023, com pouca melhora ante os 20,9% observados em 2022.
Esse desempenho do Brasil destoa até
dos vizinhos. A taxa na Argentina está 15%, enquanto no Chile ficou em 15,3% e,
na Bolívia, chegou a 9,5%, respectivamente. Na América do Sul, a taxa
brasileira só é melhor que as da Guiana, Venezuela, Peru e Colômbia.
Esses
dados fazem parte do relatório Tendências Globais de Emprego para Jovens 2024
(“GET for Youth”), divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O estudo afirma que as perspectivas do
mercado de trabalho global para os jovens melhoraram desde a pandemia e que há
uma perspectiva de tendência de alta por mais dois anos, mas alerta que essa
recuperação do emprego não se deu de forma igual em todos os países.
O Brasil é um exemplo de países com
evolução tímida, segundo os dados disponíveis.
A taxa de desemprego juvenil global em
2023 ficou em 13% em 2023, a menor em 15 anos, o equivalente a 64,9 milhões de
pessoas. Isso representou uma queda ante a taxa de 13,8% observada em 2019,
ante da pandemia de covid-19. A projeção é que ela caia ainda mais, para 12,8%
neste ano e no próximo. No Brasil, essa taxa ficou em 18%.
Acesso
limitado
Segundo o estudo, as oportunidades de
acesso a empregos decentes permanecem limitadas nas economias emergentes e em
desenvolvimento. A taxa de “nem-nem” global foi de 20,4% no ano passado e dois
em cada três desses jovens eram mulheres.
Para os jovens que trabalham, o
relatório observa a falta de progresso na obtenção de empregos decentes.
Globalmente, mais da metade dos jovens trabalhadores estão em empregos
informais.
Somente nas economias de renda alta e
média-alta a maioria dos jovens trabalhadores hoje tem um emprego regular e
seguro. E três em cada quatro jovens trabalhadores em países de baixa renda
terão apenas um emprego autônomo ou remunerado temporário.
Mas não há empregos de alta
qualificação suficientes para a oferta de jovens educados, especialmente em
países de renda média.
Ganho
salarial menor
A desigualdade de desempenho também foi
observada quando analisados os ganhos salariais do jovens. O estudo captou
aumentos entre 20% e 40% nos ganhos salariais dos jovens na década até 2023 em
países como Indonésia, Vietnã, Polônia, Paquistão, Turquia e Estados Unidos.
Em contraste, os jovens adultos
assalariados na Austrália, Brasil, Colômbia, Egito, México e Espanha não
tiveram nenhum ganho em seus salários reais mensais ao longo da década.
**FONTE:
Revista
Infomoney
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