quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O QUE FALTA PARA TIRAREM EDUARDO CUNHA DE ONDE ELE ESTÁ?


Difícil imaginar a situação que vivemos no Congresso Nacional em "países sérios". O presidente da principal casa legislativa do Brasil acumula suspeitas e acusações graves em seu currículo. Mas continua a cantar de galo, com ímpeto e arrogância, a mandar e desmandar em determinadas esferas políticas e até a influir na escolha de ministros pelo governo federal. Agora, com a manifestação de autoridades suíças, os indícios de atividades criminosas se tornam provas incontestes. Mas será que mesmo assim Eduardo Cunha vai continuar a reinar triunfante e fazer estragos, até o momento de sua inevitável queda? Veja as cifras passadas pelo Banco Julius Baer relativas às aplicações milionárias do deputado e outras considerações sobre o Caso Cunha:


Segundo informações passadas pelo banco às autoridades suíças, existem quatro contas abertas na instituição financeira em nome de empresas offshore ligadas ao presidente da Câmara, à sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e a uma das filhas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Uma das contas foi aberta em 2008, mas o dinheiro não aparece no imposto de renda de Cunha, que nega ter contas no exterior...

O valor é menor do que a propina mencionada pelo delator Julio Camargo, que afirmou ter dado ao peemedebista US$ 5 milhões, referentes a um contrato de navios-sondas para a Petrobras.

Os US$ 2,4 milhões (R$ 9,3 milhões), aplicados em fundos de investimentos, foram bloqueados pelo Banco Julius Baer.

Informações detalhadas sobre as contas foram encaminhadas à nossa Procuradoria-Geral da República no final da tarde desta quarta-feira (7), por malote diplomático.

Mínimos detalhes

O dinheiro que seria de Eduardo Cunha e família está bloqueado desde abril, quando o próprio Julius Baer reportou as suspeitas de origem ilícita dos valores ao escritório do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. O Ministério Público do país europeu instaurou um inquérito contra Cunha por suspeita de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

O parlamentar brasileiro foi devidamente informado sobre o bloqueio das contas, segundo a Procuradoria suíça. Além dos extratos bancários, o Julius Baer entregou às autoridades de Berna a documentação completa de abertura das contas: formulários preenchidos e assinados, cópias de documentos e comprovantes de endereço dos beneficiários finais.

Todo este material está em um DVD enviado a Brasília, junto com um relatório da investigação conduzida pela equipe de Lauber e cópia dos ofícios trocados pelos procuradores brasileiros e suíços quanto à transferência do inquérito para o Brasil.

Para evitar risco de nulidade no compartilhamento de provas, a Procuradoria suíça optou por enviar o material por malote diplomático, evitando o caminho habitual de cooperação, que seria o envio pelo correio ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Assim sendo...

Ninguém pede que o presidente da Câmara siga o "padrão oriental", em que é (ou era) relativamente comum políticos e empresários flagrados em ilícito darem um tiro no peito ou na cabeça, para sair de cena com a imagem um pouco menos corrompida.

Mas seria muito natural se alguém que ocupa cargo tão importante na estrutura dos Poderes de uma nação se sentisse desconfortável com sua permanência no posto, após tamanha exposição pública negativa. E jogasse a toalha.

Contudo, é pouco provável que Cunha largue o osso, ao qual se agarrou no início do ano com tanta satisfação e volúpia. Para ele cair, ao que parece, terá que haver uma pressão muito maior da sociedade. Ou então, com o agravamento da coisa, os próprios aliados políticos e da mídia haverão de expeli-lo - talvez com asco e ingratidão...


(***) FONTE: Conexão Jornalismo


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